segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Antoni Tàpies, mestre da arte abstracta


Tàpies, pintor catalão, nasceu em Barcelona em 1923 numa família burguesa.
É por intermédio de Joan Prats, galerista, que toma conhecimento da literatura surrealista de André Breton e conhece Miró. Em 1948 funda o grupo Dau al Set que abandona em 1951
Em 1956, realiza a primeira exposição individual em Paris, para onde tinha ido como bolseiro, e convive com Picasso.
A sua pintura faz parte da designada pintura matérica, corrente de informalismo que se desenvolveu na Europa do pós-guerra (anos 40/50 do séc.XX) em que a matéria usada nos quadros, ganha volume e cria formas escultóricas, com efeitos matéricos muito expressivos. Mediante a estratificação de cores misturadas com materiais diversos, como: cimento, areia, látex, pó de mármore, e até materiais de lixo urbano, e utilizando técnicas destrutivas, cortes, ou perfurações, a obra organiza-se com oposição de matéria e não matéria numa ausência de perspectiva e de forma.
Tàpies usava uma técnica mista. Com a tela em posição horizontal colocava uma camada de pintura homogénea, monocrómica, e sobre ela, aplicava a mistura dos diversos materiais e tintas que pretendia usar; quando estivesse quase seco aplicava uma tela de serapilheira que, depois de aderente, arrancava, criando uma estrutura de relevo; posteriormente poderia cortar, perfurar, e juntar-lhe sinais como cruzes, letras, números etc.
A obra ficava sem qualquer fixação, a degradar-se com o tempo, porque para Tàpies a arte é efémera e as sua obras deveriam ser um testemunho da passagem do tempo.
Além da liberdade poética do surrealismo, sente-se na obra de Tápies a influencia de outras sensibilidades, nomeadamente as orientais ligadas ao budismo-zen.
Foi contra o franquismo, o que lhe valeu ser preso em 1966 e era defensor da autonomia da Catalunha.
Tem em Barcelona, na R. Aragon, a Fundação Tápies onde expõe a sua obra. Já a visitei algumas vezes. A primeira vez que vi os seus quadros foi na Casa de Serralves, ainda não existia o MAC, com a exposição, "A celebração do Mel".
A originalidade dos seus quadros, invariavelmente em tons castanho, branco e preto,interrogam-nos e marcam a nossa memória.
Morreu hoje com 88 anos.
Esta, é uma pequena homenagem.

O estúdio de Barcelona onde Antoni Tàpies realizava as suas obras.

'Imatge de Cos' 2007

entre as obras 'Llibre y creu' (2007), à direita, e 'Lletra A' (também de 2007)

'Mà foradada' (2006)

o célebre 'calcetín'

fotos in El País
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