sexta-feira, 7 de setembro de 2012

à procura do que dizer


 falésia portuguesa



 Já há algum tempo que não passo por aqui; por falta de tempo,  de disposição ou de lembrança. Também por ausência de motivos que me empurrem para a necessidade de pensar, investigar e logo de comunicar. A situação política actual, tão absurda como injusta, gera um misto de frustrações e rancores que desencorajam os mais aplicados.

Mas hoje apeteceu-me dizer coisas; mesmo sem saber o quê. Embora o aviso por parte do PM, de mais cortes nos rendimentos do nosso trabalho,  seja por si só um manancial de temas inesgotável.

 Se quem se encontra no activo se sente desmotivado e apreensivo quanto ao futuro, os que se encontram afastados do trabalho, porque já trabalharam, sentem~se roubados; porque ao depositarem os rendimentos do fruto do seu trabalho nas mãos do Estado para ser gerido, este desviou-os para onde muito bem quis,  sem permissão. A isto chama-se abuso de confiança e é costume haver punição para isso.

 Mas o País está numa triste situação em que o governo não respeita as leis, nem quando fazem  parte da lei fundamental da República como é a sua Constituição. Até mesmo depois de deliberação do Tribunal que a defende,  e que tem como função fazê-la cumprir. Ao dar este exemplo com o beneplácito do Presidente da República, tudo, a meu ver, será permitido.

O País está a saque!

Como isto por si só não bastasse, a dívida, a recessão e o desemprego aumentam.
Mas paralelamente, há quem viva ostensivamente com luxo, e o capital foge à tributação.
A defesa do capital é flagrante;  e de resto isso é feito com um descaramento despudorado.
Repare-se nas privatizações.
A Educação, e a Justiça, se estavam mal, agora agonizam. A Saúde, essa seguia bem, mas as medidas para a desagregarem avançam sem hesitações.

Estas reflexões que estou para aqui a fazer como quem fala só, são por assim dizer, um desabafo e um registo para memória futura. Longe de uma análise ideológica ou debate político.

Gostava de ver as pessoas mais empenhadas, mais intervenientes, mais firmes, e que os senhores do Poder as temessem. Mais conscientes de que o verdadeiro Poder está nas mãos de quem trabalha, que é quem gera o capital e não nas mãos de quem o detém.

Porque será que o povo português é tão conformado e aceita as ofensas com uma submissão bovina? Estende o cachaço e deixa que o carreguem. Fruto de uma ditadura de cinquenta anos? É provável, porque em outras alturas já deu provas de ser capaz de se revoltar.

Espero que a coisa comece a levantar-nos do sofá e as manifestações na rua atemorizem os espertalhaços / deshonestos /oportunistas / burlões que nos calharam para serem governo.


C C




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