terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Recordar Almeida Satos


 
 Almeida Santos (1926-2016)

                        Conheci Almeida Santos num  baile de gala  em Lourenço Marques. Estava de visita a Moçambique integrada no OUP e entre as diversas recepções e festas com que fomos distinguidos, havia um baile de gala. Estava lá a fina-flor e também Almeida Santos, que fazia parte dela.
Recordo-me  de ter dançado, mas sobretudo,  de ter conversado. Eu era uma jovem pré-finalista de Medicina e ele, mais velho, apresentou-se como um advogado bem instalado, discordando politicamente do poder.
Mas eu não soube isso logo. Foi depois de uma conversa sinuosa, cautelosa e, quando deu conta que a interlocutora não receava a defesa da independência das colónias, não pela via do apartheid da vizinha África do Sul, mas pelo reconhecimento do direito à auto-determinação dos povos locais, com um sorriso disse: - "tenha cautela"!
Falamos de muitas outras coisas e fiquei convencida que estava perante uma pessoa culta, muito inteligente  e que se ocultava por lá........até ao 25 de Abril!


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